Au Pair: Despedida da Gastfamilie

O avião alçava voo e, conforme o Aeroporto de Frankfurt ficava para trás, observava pela janela os prédios tornarem-se minúsculos e as nuvens ficarem mais próximas. Naquele momento, finalizava oficialmente uma das experiências mais incríveis que já vivi. Quando há um ano embarcava para a Alemanha com o objetivo de ser Au Pair, não fazia ideia do quanto me apegaria a Gastfamilie e do quão difícil seria dizer tchau.

Despedidas nunca foram exemplos de situações nas quais consegui ser forte, por isso, ficava com o coração bem apertado ao imaginar que logo aquelas pessoas e lugares não estariam mais presentes no meu dia a dia. Foi bem dolorosa a decisão de voltar para o Brasil. A certeza de que logo me separaria das minhas crianças resultaram em muitas lágrimas. Assim, tentava amenizar a tristeza da partida com a alegria em rever pessoas queridas e a possibilidade de um retorno em breve a Alemanha.

As duas últimas semanas foram as mais estressantes possíveis do intercâmbio. Primeiro porque, embora ame viajar, eu odeio fazer as malas. Conseguir fechar a bagagem maior nos 20 Kg permitidos pela empresa aérea foi um desafio que exigiu muito estudo e o funcionamento de todos os meus neurônios. Obviamente precisei pagar uma mala extra com mais 15 Kg, além de deixar algumas caixas com o resto dos meus pertences que algum dia virão (espero) pelo correio.

Depois, tinham os amigos os quais eu fazia questão de encontrar antes de partir. Até aquele momento, não tinha ideia de quantas pessoas incríveis eu havia conhecido e que certamente serão sempre lembradas com carinho. Pessoas com quem saí para me divertir, troquei ideias, pedi conselho, treinei alemão, viajei ...

Ao olhar para trás e fazer uma retrospectiva deste ano aupairiano, fico muito satisfeita com o sucesso da minha empreitada.: consegui um nível considerável em alemão, aprendi e cresci bastante como pessoa, viajei o máximo que pude conforme minhas prioridades, fiz amizades incríveis e, de brinde, ganhei uma família em terras estrangeiras.

Houve também festinha na despedida feita pela Gastfamilie, vizinhos e amigos refugiados. Além da comida, brincadeiras e fotos, ficou a promessa de que nos encontraremos o mais rápido possível. Que assim seja! Afinal, este é apenas um até logo para as terras germânicas.