Retorno à Alemanha (Foto: Aline Lima)

 ... chego já, Alemanha!

Eram os últimos meses como estudante universitária. A trancos e barrancos a monografia já estava se encaminhando e logo seria uma jornalista formada. Um momento muito intenso no qual surgem os clássicos questionamentos: E agora? Como será a vida pós-universidade? Ao contrário de alguns amigos, minha vaga nos meios de comunicação (onde quero atuar) não estava garantida. Tinha um estágio do qual gostava muito em um portal aqui do Ceará, mas logo meu contrato terminaria devido à conclusão do meu curso.

Dúvidas à parte, aos poucos planejava minha vida: deixar currículos nos jornais, freela, manter aulas de inglês... Até que um dia acordei com a decisão tomada. Sem muitos planos ou mesmo ter pensado no assunto anteriormente, como costuma acontecer com minhas decisões mais importantes, resolvi: vou ser Au Pair. Assim iniciaram as pesquisas sobre esse tipo de intercâmbio e intensificaram a busca pela agência perfeita e informações em blogs.

Inicialmente, a ideia era partir para as terras do Tio Sam. Embora os Estados Unidos nunca tenham liderado minha lista de países a se visitar, certamente me proporcionaria as aventuras e experiências que busco em uma nova cultura. Além disso, era a melhor opção para conseguir a fluência desejada no inglês e a mais viável economicamente, o que é muito importante para alguém que acaba de sair da faculdade.

Já imaginava o quão legal seria caminhar pelas ruas nova-iorquinas, pegar um solzinho nas praias californianas, vivenciar as noites agitadas de Las Vegas, visitar os castelos da Disney... Mas o destino tinha outros planos para mim. Quando me preparava para fechar o contrato com a agência, uma amiga comentou sobre uma família alemã que buscava uma Au Pair brasileira para ajudar com suas três crianças.

A partir daí tudo foi se organizando e, o contato inicial rapidamente se transformou em passagens compradas e documentos preparados. Em alguns meses desembarco na Alemanha pela segunda vez. Não me arrependo pela troca, ainda tenho muito o que descobrir no continente europeu e, a cada dia, fico mais animada com o que está por vir. Os planos americanos foram arquivados para um momento posterior e deram espaço para novos sonhos no Velho Mundo.

Se esta é a decisão correta? Também me questiono sobre isso. Seria sensato sair do país para um intercâmbio que, teoricamente, não tem nada a ver com minha profissão? Pedi o conselho de jornalistas mais experientes, familiares e amigos, tendo como resposta o incentivo de todos os lados. Quanto ao resto, bom, terei um ano para descobrir.